Andrew Vicari – Pintor de reis e xeiques

A opção pela arte da pintura em tela como profissão transformou Andrew Vicari em um homem rico – entre os cinquenta mais ricos da Grã-Bretanha. Está presente na Arábia Saudita, onde retratou reis e xeiques, e até mesmo na China, onde ficou conhecido como Marco Polo 2.
Nasceu em Port Talbot (País de Gales/Reino Unido), em 1938. Filho de pais italianos, é um europeu genuíno, criado no Reino Unido durante o período escolar e na Itália, no período das férias.

Andrew Vicari – Entre reis xeiques

Arte – Uma decisão financeira

Sua opção pela arte não foi bem um acaso, mas uma decisão financeira [óbvio, o sujeito tinha/tem talento]. Em suas próprias palavras:

... Eu devia ter 12 ou 13 anos e minha professora de arte, Margaret Thomas, em Neath Grammar School, inscreveu-me para o National Eisteddfod of Wales [uma espécie de festival de arte], e acabei ganhando a medalha de ouro ... Eu estava completamente em êxtase, como é a vida, eu pensei, desenho algo e sou pago por isso! ... Se não fosse esse incentivo inicial, nunca teria seguido uma carreira na arte.

Andrew Vicari: entre reis e xeiques

Relação com o Oriente Médio

Segundo Andrew Vicari, Riad está para o mundo árabe, como o Vaticano está para o mundo ocidental. E neste mundo de xeiques, o pintor considera ter revolucionado a arte da pintura em tela.

Na década de 70, Vicari passou dois anos na Arábia Saudita e retratou toda a família real. Aqui [vale a informação], durante 14 séculos a pintura do retrato era proibida na arte islâmica oficial.

Também retratou Gaddafi, que considera um tolo [ele e o resto do mundo, pois não?!].

Ainda nos anos 70, Vicari completou uma série de sessenta pinturas em tela a pedido do rei Faisal, para o Centro de Conferência de Riad. Na Arábia Saudita, pode-se encontrar um Vicari de museus a edifícios públicos.

A este "amor" dos sauditas Andrew pode creditar [ou debitar?!], por exemplo, 24 [dizem que 25] milhões de dólares, pagos pelo príncipe Khaled bin Sultan bin Abdelaziz por 125 pinturas em tela do projeto "Crônica da Guerra do Golfo".

Não é por menos que, desde 1974, Vicari é o pintor oficial da corte saudita – o pintor dos reis!

Uma personalidade ímpar

Além de grande pintor, Andrew Vicari é superlativamente narcisista. Trata a si mesmo como um gênio incompreendido, mesmo que seja inquestionavelmente um artista, ainda que considerado Kitsch por muitos.

A modéstia não faz parte de seu vocabulário. Embora não justifique, há que se considerar que passou de filho de dono de restaurante e neto de palhaço, para dono de apartamentos em Riad e Monte Carlo, um estúdio com cerca de um hectare perto de Nice, uma casa perto de Cannes, além de, nada mais nada menos, uma mansão que pertenceu a Pablo Picasso.

Certa vez Vicari confidenciou a um jornalista que se considerava "o último artista de pintura em tela na linha de Goya, Rubens, Velazquez e Raphael" [nada mal, hem?!].

Andrew Vicari – Retratista

Seu estúdio é uma câmara escura. Mas ele diz não precisar de mais luz. Afinal, "os velhos mestres, como Caravaggio e Rembrandt, também pintaram à luz de velas". Seus retratos, feitos somente por encomenda, custam entre 100 e 250 mil libras [bagatela!].

Vicari e grandes nomes da história contemporânea

Entre os mais famosos pintores da história

Em seus anos de estudos, teve como mentor ninguém menos que Francis Bacon. Entre professores e simpatizantes, Lucian Freud e os pintores realistas Josef Herman e William Coldstream.

Augustus John, pintor e gravurista galês, considerava-o o maior desenhista do século. Suas obras são apresentadas junto aos pintores mais famosos da história, como Coubert, Renoir, Monet, Picasso, Matisse, Degas e Kandinsky.

Entre os famosos do mundo das artes

Andrew Vicari pode se considerar também um privilegiado em termos de relacionamentos pessoais. Conviveu com grandes nomes da arte - atores, atrizes, diretores, escritores, roteiristas e outros que tais. E, sob este aspecto, vale lembrar também sua fama como retratista.

Apenas a título de exemplo, Vicari manteve, ainda que superficialmente, relações de conhecimento [ou amizade?!] com Stephen Spender (poeta, romancista e ensaísta inglês), David Sylvester (crítico de arte), Truman Capote (escritor norte-americano e pioneiro no jornalismo literário), Jean Genet (escritor, poeta e dramaturgo francês) e Orson Welles (ator, diretor de cinema e teatro, roteirista e produtor). E, os da 7ª Arte: Sean Connery, Richard Harris, Sophia Loren... Para citar apenas uns poucos [!].

As pinturas em tela de Andrew Vicari

Arlequim e o sonho de Jacobs Ladder (1964)

Le Prophete (1974)

O profeta

Palácio de Djeddah (1978)

La veille du soleil (1979)

Na véspera do sol

Le champ de pavots (1970-1982)

O campo de papoulas

La femme de l'aueb (1985-1986)

O amanhecer feminino (livre tradução)

Le cavalier du crepuscule (1983)

O cavaleiro do crespúculo

La remontee du soleil (1984)

O nascer do sol

La vigonade de la derniere veille (1985-1987)

Véspera do último vigonade (trad. google)

A violação do Kuait – 5.5 x 3.5 metros (1991-1992)

Parte de seu projeto "Crônica da Guerra do Golfo", com mais de uma centena de obras em grande escala

Le enigme de l'attente (2000)

O enigma da espera

Crespúsculo em Meca em 1907 (2001)

Os quatro cavaleiros

Os quatro cavaleiros (1969)

Cavaliers arabes apres la tempete (1981-1983)

Cavaleiros árabes depois da tempestade

L'enigme des quatre cavaliers (1999)

O enigma dos quatro cavaleiros

O enigma dos cavaleiros na noite (2000)

Veja também:
Heldens Win – Pintor de retratos
A arte do retrato está viva – Pintura em tela 
Egon Schiele – Um artista visceral
A vida de um perdulário em gravuras, pinturas e música

ABBÇos!

MarGGa Duval

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